Desvendando o Tdah ou Tda - transtorno do déficit de atenção e hiperatividade
Cristiane Fernandes Esteves Saraguci*
O que é TDAH ou TDA?
O TDAH ou TDA é um transtorno do neurodesenvolvimento específico, e não um transtorno de aprendizagem. Isso significa que ele pode afetar a aprendizagem, mas não causa o transtorno de aprendizagem.
Ele é caracterizado pela clássica tríade de sintomas que inclui: falta de concentração, hiperatividade (ou excesso de energia) e impulsividade.
Nos Estados Unidos cerca de 17 milhões de pessoas sofrem com o problema.
No Brasil, apesar das estatísticas precárias, calcula-se que pelo menos 3 milhões de brasileiros convivam com essa patologia, no entanto, a maioria deles não sabe que tem. Estudos feitos pela comunidade médica e científica mostram que entre 6 e 11% de crianças e 3% dos adultos da população mundial sofrem com o transtorno. (Fonte: Agência Saúde, 2014)
Quem pode apresentar o TDAH ou TDA?
Pode ocorrer em crianças ou adultos, homens ou mulheres, qualquer etnia, camadas socioeconômicas, níveis de escolaridade e graus de inteligência.
Até pouco tempo atrás achava-se que somente crianças apresentariam o transtorno e que a tendência era superar espontaneamente na adolescência, porém sabe-se hoje que apenas 1/3 irá superar o TDA na adolescência e os outros 2/3 terão que conviver com ele por toda a vida.
Quais os sintomas?
Desatenção: divagação em tarefas, falta de persistência, dificuldade de manter o foco, desorganização, falhas de memória, distração e "sonhos acordado", principalmente quando está lendo ou ouvindo por obrigação, entre outros.
Hiperatividade: atividade motora excessiva; na criança: ocorre o tempo todo, mesmo quando isso não é apropriado, ou remexe, batuca ou conversa em excesso; no adulto: inquietude extrema, preferência por ambientes agitados, irritação com tarefas repetitivas e monótonas entre outros.
Impulsividade: dificuldade de autocontrole, alteração rápida de humor, falar e agir precipitadamente (não parar para pensar), podendo se arrepender depois e causar graves prejuízos a si mesmo e aos outros, além de buscar por recompensas ou soluções imediatas, como por exemplo gastar em excesso, comer em excesso, falar em excesso, etc.
Como é feito o diagnóstico de TDAH?
Um ponto importante que será considerado pelo médico especialista em TDAH é o padrão persistente dos sintomas, ou seja, a pessoa apresentará um quadro de sintomas a pelo menos 6 meses e em vários ambientes que frequenta, como escola, trabalho, casa, parques, etc.
Quero ressaltar a importância do diagnóstico ser feito ainda na infância. Portanto, caso perceba alguns dos sintomas apresentados acima em uma criança de seu convívio, procure ajuda de um especialista, será fundamental para minimizar os prejuízos que ela poderá ter em sua vida e na aprendizagem.
A condição básica para o diagnóstico do problema em adultos é a história de TDA na infância (antes dos 12 anos). Por este motivo os relatos do paciente, como também o de seus parentes e amigos são tão importantes.
Quem devo procurar?
O diagnóstico será feito por médico especialista em TDAH, podendo ser um Psiquiatra, Neuropsiquiatra, Neuropediatra ou Neurologista.
É comum que o médico solicite uma avaliação com equipe multidisciplinar, conforme a demanda do caso, para eliminar outras possíveis causas para os sintomas apresentados pelo paciente. Essa equipe pode ser composta por neuropsicopedagoga/psicopedagoga, psicomotricista, psicóloga, fonoaudióloga, entre outros.
Quais as causas do TDAH?
As causas do TDAH podem ser ambientais, genéticas e fisiológicas.
Quais prejuízos ele pode causar?
- Na infância: baixo desempenho escolar e baixo sucesso acadêmico; rejeição social.
- Na vida adulta: mau desempenho profissional, que pode levar ao insucesso e à falta de assiduidade no campo profissional; maior probabilidade de desemprego; altos níveis de conflito interpessoal.
- A pessoa ainda pode: desenvolver transtornos de conduta na adolescência; desenvolver transtornos de personalidade antissocial na idade adulta; desenvolver transtornos por uso de substâncias e ser preso; ter maior propensão a sofrer lesões do que seus colegas na escola; sofrer acidentes e violar regras de trânsito com mais frequência que o indivíduo médio.
Qual o tratamento?
O tratamento para o TDAH pode envolver ações medicamentosas, quando necessário, educação e terapias com profissionais de diferentes áreas do desenvolvimento humano.
* A autora é Neuropsicopedagoga e Psicopedagoga Clínica e Institucional, Pedagoga especialista em Administração Escolar, Coach Pessoal, Profissional e Líder Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching e Analista Comportamental Disc pela Gestor Performance. Possui experiência de mais de 20 anos na área, atuando no âmbito escolar e clínico, como também no mundo business como Coach, palestrante e desenvolvendo pessoas. Contatos: E-mail: crissaraguci@hotmail.com; Instagram: @neuropsicocristianesaraguci; Facebook: @conexãodoaprender e Blog: https://conexaodoaprender.home.blog/
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