O Impacto Genético nos Transtornos do Neurodesenvolvimento
Cristiane Fernandes Esteves Saraguci*
O neurodesenvolvimento envolve o desenvolvimento do sistema nervoso e sua relação com o meio ambiente desde o ventre materno. Existem alguns marcos no desenvolvimento de nossa espécie. Temos o tempo certo de amadurecimento para conseguirmos sentar, andar, falar, entre outros.
Em outras palavras, desenvolvemos competências motoras, sensoriais, de linguagem e comunicação, comportamentos, competências cognitivas verbais e não verbais, emoções e afetividade.
Falar de neurodesenvolvimento é complexo e envolve fatores genéticos e ambientais que já começam na vida intrauterina. Os fatores podem ser herdados ou não.
A gestação é um período importante neste processo, principalmente o primeiro trimestre, pois é quando ocorre a formação do tubo neuronal.
É essencial que a gestante cuide de sua alimentação, tenha uma boa ingestão de líquidos, faça a suplementação com ácido fólico, antes e durante o primeiro trimestre, além da ingestão de ômega 3, principalmente no último trimestre.
Os riscos aumentam quando ocorrem alterações na placenta, nutricionais, medicações/substâncias tóxicas, infecções, inflamações, distúrbios endocrinológicos, traumas, estresse, que impactam diretamente nos genes podendo favorecer o desenvolvimento de transtornos do neurodesenvolvimento, além de malformações no feto.
O período gestacional nos traz informações valiosas sobre o desenvolvimento da criança, pois as experiências vivenciadas poderão ter impacto no comportamento, QI (quociente intelectual) e em outras áreas.
Não podemos determinar a causa, mas podemos orientar em relação as probabilidades/riscos para desenvolvimento de um transtorno. Mesmo que um indivíduo possua o gene, não necessariamente ele irá desenvolver o transtorno, pois como citado acima, o ambiente intrauterino tem um papel fundamental nesse processo.
Uma coisa é fato, não existe heterogeneidade nos riscos, pois um determinado fator pode ter proporções devastadoras para um indivíduo, enquanto para outro pode ser motivo de crescimento e fortalecimento pessoal. O importante é analisar as probabilidades e trabalhar na prevenção, evitando fatores que aumentem os riscos de problemas no neurodesenvolvimento.
* A autora é Neuropsicopedagoga e Psicopedagoga Clínica e Institucional, Pedagoga especialista em Administração Escolar, Coach Pessoal, Profissional e Líder Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching e Analista Comportamental Disc pela Gestor Performance. Possui experiência de mais de 20 anos na área, atuando no âmbito escolar e clínico, como também no mundo business como Coach, palestrante e desenvolvendo pessoas. Contatos: E-mail: crissaraguci@hotmail.com; Instagram: @neuropsicocristianesaraguci; Facebook: @conexãodoaprender e Blog: https://conexaodoaprender.home.blog/
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