Você conhece a classificação dos alimentos do Guia Alimentar para a população Brasileira?
Cássia Lozzi Navas*
A 2ª edição revisada do Guia Alimentar para a População Brasileira (2014) deixou de ter a alimentação apenas pautada em nutrientes e calorias e passou a ter um olhar mais amplo, considerando também os aspectos socioculturais, os sistemas alimentares socialmente e ambientalmente mais sustentáveis (bom para o indivíduo e para o meio ambiente) e os comportamentos alimentares (como comer em companhia, devagar, com atenção, entre outros).
Além de trazer todas estas questões, o material também utilizou a "classificação NOVA", onde os alimentos são classificados de acordo com o grau de processamento.
Segue a explicação das 4 categorias:
- IN NATURA ou MINIMAMENTE PROCESSADOS: são obtidos diretamente de plantas ou de animais e não sofrem qualquer alteração após deixar a natureza; ou são submetidos à processos mínimos (como limpeza, remoção, torra, secagem, entre outros) que não envolvam adição de sal, açúcar, óleos, gorduras ou outras substâncias ao alimento original. Exemplos: frutas, legumes, ovos, leite pasteurizado, carnes, arroz, feijões, farinhas, entre outros.
- INGREDIENTES CULINÁRIOS: são produtos extraídos dos alimentos in natura e usados para temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias. Desde que usados com moderação contribuem para diversificar a alimentação. Exemplos: óleos, gorduras, sal e açúcar.
- PROCESSADOS: são produtos fabricados a partir de alimentos in natura ou minimamente processados com a adição de ingredientes culinários (sal, açúcar, gordura, óleos). Exemplos: legumes em conserva, frutas em calda, pães, queijos, entre outros.
- ULTRAPROCESSADOS: são produtos cuja fabricação envolve diversas etapas, técnicas de processamento e muitos ingredientes, incluindo açúcar, sal, óleos, gorduras e substâncias de uso exclusivamente industrial (como por exemplo os aditivos alimentares). Exemplos dessa categoria: macarrão instantâneo, refrigerante, bolacha recheada, salgadinhos, entre outros.
A partir disso, o Guia Alimentar orienta 10 passos para uma alimentação adequada e saudável, sendo a *regra de ouro* ter a base da alimentação os alimentos in natura ou minimamente processados e preparações culinárias, limitando o consumo dos processados e, especialmente, dos ultraprocessados.
É importante entender essa classificação e ler os rótulos dos alimentos, por que isso nos auxilia a saber o que realmente estamos consumindo e a ter melhores escolhas alimentares.
* A autora é Nutricionista (CRN3-47509) graduada pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e aprimorada em Transtornos Alimentares pelo AMBULIM IPq-USP. Realiza atendimentos clínicos com abordagem comportamental em consultório particular. Atua em prevenção e educação alimentar, com experiência em transtornos alimentares, obesidade, comer transtornado, e com pessoas que, de maneira geral, querem ter um olhar mais gentil com a alimentação e com o corpo. E-mail: oinutricassia@gmail.com
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