Coitada, apanha e não muda
Em se tratando de leitores, claro que são poucas as pessoas que reparam no que rola por aí, especialmente em se tratando de leitores ocasionais, ou seja, aqueles que leem menos que de vez em quando. Tem muita gente que entra nesse rol. Um jornal aqui, quando o Corinthians ganha, outro jornal ali quando o Timão perde e assim caminha o campeonato dos que leem e dos que não leem.
Claro que essa muita gente citada se informa através dos noticiários das emissoras de rádio ou dos jornais da televisão. Eu digo "apenas leitores" sem menosprezá-los, claro, na medida que leitor é a parte que mais interessa à tal da mídia que, como se sabe - pode ser falada, escrita, publicada, transformada em livros, versos e o que mais aparecer por aí. E não só por aí, por aí e por aqui, diga-se logo, e de repente o que mais interessa no momento.
Notícia
O leitor logo percebe quando se trata de "mídia paga", ou seja, anúncios pagos e transformados em notícia. O aplauso é enorme, a gente percebe, claro, pois o texto é bem feito, bem cuidado, bem ilustrado e tal e coisa.
Já na mídia normal, na mídia só noticiosa, sem influência externa ou superior (fique claro que este "superior" quer dizer lá de cima, e o lá de cima é bem lá em cima, lógico também, não?). Melhor não se meter nas mentiras que se pregam por aí e por aqui. E neste ponto eu paro e pondero que tudo pode ser que sim e tudo pode ser que não. Depende do que e do ponto de vista que o leitor observar.
Pois é. Dizia eu, então, que na mídia normal, na mídia mesmo, a mídia noticiosa, nem todas as notícias são tão boas assim, ao contrário disso, batem mais que o bumbo da banda. Eu digo da banda de cá e não da banda de lá. Incrível, já reparou? Parece até banda de carnaval, não parece?
Em termos noticiosos a banda de cá o povo é que apanha, claro, quem bate é a banda de lá, os homi lá de cima. Claro, não é?
O pior de tudo é que, nada muda e nada mudará. A mídia batendo ou a mídia defendendo, o país vai continuar assim mesmo, mano, os lá de cima sempre batendo e os aqui de baixo sempre apanhando.
Lembrando que os de baixo já vem apanhando desde o tempo em que estavam ainda mais lá embaixo. Pior ainda é que os de baixo, os que apanham, continuam apoiando aqueles lá de cima, os que batem com uma tranquilidade que até o guarda percebe. Percebe, mas não liga
Apanhando
Nisso tudo, claro, a gente torce para ver se com o tempo apanhamos menos.
Pode ser até que daqui a alguns séculos as dores das pancadas acabem até doendo mais, e a gente - eu digo "nóis, mano!" - poderemos ficar com dores maiores que as maiores dores de hoje. Será?
Ou será que um dia, "nóis!", repito: "nóis!" ainda vamos dar um jeito, dar um tombo nos que batem, gritando bem alto: "Chega de apanhar! Chegou a hora de bater!".
O que me assusta é que a maior parte dos que apanham preferem chorar escondido.
Não é de chorar tudo isso?
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