Quinta, 30 Jan 2025

Boa ideia, mano

Isso aí: eu tinha uma ideia na cabeça.

Uma boa ideia.

Diabo é que me perdi nesses ajustes de computador e, quando me dei conta, lembrei que tinha esquecido da boa ideia.

Cheguei até a pensar na música tão maravilhosa que a Maria Bethânia canta com todo o amor e sentimento - "e depois, como era de costume, obedeci". Não obedeci, só esqueci.

E o que eu esqueci era coisa séria.

Tem uma pobre de uma galinha, bem aqui no meu quintal que já está há quase um século chocando seus ovos. Claro que exagerei, não é um século, mas há muitos dias.

Nem sei quantos dias uma galinha perde chocando os seus ovos. Minha mulher garante que são 21 dias. Será que eu errei tanto assim, transformando esses 21 dias em um século?

Não. Estou preocupado com a coitada.

Preocupado e com medo. Muito medo.

" É o gambá "

O medo vem de um bendito gambá, isso mesmo, um gambá, que não tem nada a ver com o apelido que os nossos concorrentes colocaram nos gloriosos torcedores do Corinthians, o campeão dos campeões.

" Ele mora logo ali "

O tal gambá vive no terreno ali ao lado dos fundos do meu terreno, ou da minha casa, se preferirem. Sei que vive porque, vira e mexe ele se esparrama pelo meu pedaço à procura do que comer.

Tenho uma pena danada do gambá. Para sorte dele, minha mulher coloca comidinha num pratinho ali no canto e ele se refestela.

Aí o nobre leitor perguntaria: porque é que eu tenho medo do gambá? Ora, bobagem. Como bom corinthiano eu jogo também uma comidinha pra ele, noves-fora o pratinho já citado. O problema é que o gambá, como bom corinthiano, e qualquer vivente, é mais que louco por uma comidinha, ou um pedacinho de alguma coisa comível e assim por diante.

E lá vem o gambazinho De novo.

" Problema, mano "

O diabo é que nos últimos dias, uma galinha aqui do quintal resolveu chocar seus ovos e justamente por isso, como toda boa galinha, passa horas e horas sobre os seus ovos. Sai duas ou três vezes, quatro ou cinco, sei lá quantas, para comer alguma coisa e fazer as suas necessidades fisiológicas.

Claro que o amável leitor há de compreender a própria "individua", a galinha pobrezinha. Não é mole ficar horas e horas deitada chocando ovos.

Como ser humano, logicamente eu não choco ovos, ao contrário, procuro dar todo o amparo que as pobres galinhas precisam nesses momentos de maternidade.

Mãe é mãe, mano.

E eu não estou chamando as mães de galinhas, claro, ao contrário, respeitosamente, eu as estou chamando de mães. São mães, mano. Mãe é mãe.

" Ansiedade geral "

Enfim, a pobre galinha e o coitado do gambá se transformaram na minha ansiedade. O gambá que deve estar sempre com fome e a pobre da galinha que vive pondo ovos que estão trazendo pintinhos, seus filhinhos e por aí vai.

A mãe natureza é sábia. Tão sábia que me colocou como protetor da galinha e dos seus ovos. Ovos que contém os tais pintinhos dela, da galinha, claro. Da galinha e da natureza, mais claro ainda, porque, afinal de contas, ao que se sabe, ao que se diz, todo mundo, inclusive eu e você, caríssimo leitor, somos frutos de ovos.

Até os gambás, ora veja.

Ovo é ovo, mano, todo mundo vem do ovo.

" Defesa "

E nesta história toda, estou eu aqui, defendendo a própria galinha contra o pobre e tão faminto gambá, que vive atrás dos ovos da galinha que está chocando no meu quintal.

Estou armando uma estratégia que coloca toda a espécie de comida para a pobre galinha, fora do alcance do pobre gambá. Chega a ser até um trabalho militar, deixar a galinha bem protegida sem, no entanto, desproteger o pobre gambá. Vou criar uma espécie de "restaurante particular" para o gambá, longe da pobre e desprotegida galinha que vai continuar chocando os seus ovos.

Se não der certo eu mudo de casa. Ou peço para alguém dar um fim no gambá. Aí, alguém me lembra que "gambá" é o apelido que a turba dá aos torcedores do Timão. Puxa vida! Percebo que eu mesmo sou um gambá e, como gambá, não posso e não devo dar fim à minha própria vida.

" É nóis "

Não sei se mudo de casa ou se mudo de time.

Talvez até eu cate o gambá e leve lá pro Parque São Jorge, no meio da torcida do "Curintia".

Vou ficar junto dele gritando: "É nóis, mano!".

Acho até que ele nem vai querer. Nem todo gambá é corinthiano e nem todo corinthiano é gambá.

Da minha parte eu já nem sei o que sou. Pior ainda, nem sei o que fazer com o gambá. Só digo o seguinte: Gambá ou não, é nóis, mano! Como diz o outro: gambá ou não gambá, é sempre nóis, mano!

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