A cara da mudança
Mudaram a cara do meu computador. Não foi bem a cara, foi o do tal de Word.
Pelo que sei - e isso eu consegui aprender direitinho - Word quer dizer palavra, em Inglês. Partindo disso, do conhecimento dessa palavra, a complicação ficou maior ainda. Fiquei preocupado e me perguntando: "Mudaram a "palavra" - ou as "words" - e nem me avisaram
Sim, porque, apesar de falarmos e nos expressarmos em Português - eu falo da Linguagem, claro - pelo menos aqui no Brasil, quase tudo que é moderno, tudo o que existe de novo no mundo vem expressamente dito e escrito em Inglês - ou English - como eles dizem. Eles são os ingleses, os norte-americanos, australianos e uma pancada de gente, milhões, quem sabe até bilhões de pessoas de mil cidades ou countries (gostaram dos countries?), países ou moradas desse mundo afora que falam e se entendem em English.
Acho, penso, ou até tenho quase certeza de que os portugueses, sim, aqueles que nos descobriram naquele tempo, não sabiam disso. Quem sabe até soubessem e, se soubessem, também teriam chegado ao Brasil falando em English.
" Talvez e talvez "
Talvez também, e se fosse assim, se eles tivessem chegado falando em English, desde aquele tempo possivelmente estaríamos falando em Inglês até hoje, certo? Só que eu, ou "I", como eles dizem o "Eu", que nós dizemos, ou nós, "do not spicamos o English", (ou seja lá como se escreve para dizer que não se fala Inglês). "Do you understand?"
Sim, porque o English deles, é Inglês aqui pra nós, nós aqui da terra, certo? Na verdade, o mundo inteiro pronuncia e escreve English, já reparou? Nós, por aqui, não.
English pra nós é Inglês mesmo. Pelo menos foi assim que nos ensinaram os portugueses que nos descobriram.
Nós, brasileiros, falamos o Português-claro, ou seja, o Português-Português, quase igual como falam os portugueses lá de Portugal e até pelo mundo afora. É assim que se fala. Com o tempo, estudando ou convivendo com pessoas que falam Inglês, a gente vai aprendendo e vai indo, vai indo, acaba até falando. Todo mundo sabe disso bem melhor que eu.
" Falou, tá falado! "
O Inglês passou a ser uma linguagem praticamente universal, falado aqui, ali, lá, acolá, nos montes e até Trás-os-Montes, como se diz lá em Portugal, tudo isso constatado por mim nas viagens que já fiz pelo mundo afora, tendo ido até o Japão, onde o idioma Inglês também é muito praticado e falado. Thank you, por exemplo, ou o "obrigado!", no Japão se diz: "Arigatô!". E assim é, por-aí-afora - ou por-ai-a-dentro - sei lá, só sei que é.
Por sinal, pensando bem ou lembrando mais ou menos bem, nem sei porque cargas d'água cheguei neste pedaço da história que iria contar. Que nem se seria bem uma história, mas com certeza um certo inconformismo por detectar o fato do meu computador, do meu televisor, de algumas peças do meu automóvel, dos ditos-benditos dos manuais dos automóveis, dos relógios, dos computadores, das dores e das peças e impedimentos legais e tantas aplicações, chegarem, em sua maioria, impressos na Língua Inglesa.
Num país onde se fala mal e porcamente a Língua Portuguesa, legada pelos nossos descobridores, boa parte, como já dito a maioria dos tais manuais, dos tais livros mais técnicos e até mesmo nas próprias peças ou máquinas e suprimentos que compõem os tais implementos que chegam por aqui, no meu país, que vão ser utilizados por brasileiros coitados como eu, ou como tantos outros que falam ou entendem tão mal o linguajar Inglês.
" Vê se entende "
Fique claro que não estou falando mal do Inglês, mas sim do linguajar Inglês que acompanham tudo isso muito de perto e geralmente nos deixa longe de entender como usar implemento ou complemento, ferramenta ou vestimenta, vá lá, ou que diabo seja que se acabou de adquirir.
Fique claro que boa parte da nossa turma, eu falo da turma dos usuários, e até - quem sabe? - usurpadores dos benefícios estéticos e ferramentais tão ferramentados por tantos países exportadores dessas incríveis técnicas e máquinas de última geração, usadas para minimizar ou auxiliar no trabalho humano - vêm explicadas, ou até complicadas, em alguns ou em quase todos os manuais impressos no idioma inglês.
Inglês que a gente aprende um pouco, ou até menos um pouquinho em alguns dos melhores cursos didáticos desse país afora chamado Brasil, onde ainda se fala e se escreve mal e porcamente o próprio Linguajar Português - ó pá - como costumam dizer os lusitanos.
" Continua a continuidade "
Mas, enfim, estou eu aqui me queixando de problemas que não têm solução nem de continuidade. Que importância tem tudo isso? O que vale é que o brasileiro, especialmente o trabalhador ou técnico brasileiro, já tão acostumado com o recebimento e o aperfeiçoamento do tratamento ou coisa parecida dos equipamentos, tudo isso para rimar com quase tudo isso, das máquinas ou utensílios que o mundo moderno envia para cá.
Se bem que boa parte desses aperfeiçoamentos técnicos que chegam por aqui, já vêm caducos de lá de fora, substituídos por aperfeiçoamentos ainda mais aperfeiçoados que, talvez amanhã, ou qualquer dia desses do futuro também vão chegar por aqui e nos servirão.
Não é uma beleza tudo isso? Quase tudo vem escrito e explicado no idioma Inglês. Como diria um bem antigo e bem gozador provérbio: "Purtugueis nóis já sabe, u quí nóis qué é diproma!!!".
Talvez um dia a gente possa fazer mais trabalhando menos com as máquinas criadas por aqui mesmo.
Até o meu notebook quer isso.
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