Dói, não dói?
Para falar a verdade, dói, dói mesmo. Mas é melhor ficar quieto e não dizer nada.
Não dizer nem a verdade e muito menos a mentira.
Isso porque, na verdade - e não é mentira - a gente nunca sabe. Ou, pelo menos a gente chega até a demorar uma vida para ficar sabendo, qual é a verdade.
Sim, eu falo da verdade. Mas a verdade do quê? Ou, dúvida maior ainda, o que é a verdade?
Podes crer, amizade, isso é que é - realmente - a verdade! Tão verdade que - eu mesmo, neste exato momento - não sei sobre qual verdade estou falando.
De verdade!
A vida, por exemplo, seria uma grande verdade, se não fosse o caso de - vez ou outra - a gente ser obrigado a plantar ou viver uma grande mentira.
" Diz que não "
Pois é. A mentira faz parte da verdade, ou, talvez, pelo sim, pelo não, a verdade pode até fazer parte da mentira.
Depende da maneira como você vê as coisas ou da maneira como você pensa sobre "as coisas do mundo, minha nega!", como diz a canção.
Já imaginaram o Lula falando toda a verdade que ele já viu na vida? Ou falar toda a vida que ele já viu deixando de dizer tanta verdade tão necessária?
E você? Qual é a sua verdade? Ou será uma grande mentira? Verdade ou mentira? Quem fala a verdade? Quem disse a verdade? Quem inventou essa verdade?
É verdade ou é mentira?
" Mentiras "
Quanta mentira a gente vê no mundo de hoje, não? Não é mentira não!
Às vezes as mentiras são tão mentirosas que acabam até se transformando em grandes verdades. Verdade, mano. Ou, mentira, talvez, seja o que você quiser. Porque a verdade é relativa, como dizem os sábios. E os sábios são aqueles caras que a gente acha que sabem de tudo, quando na verdade, nem sempre eles sabem das coisas. Ou de coisa nenhuma.
" Foi pênalti ou não foi? "
O juiz viu ou até alguém gritou, alguém exigiu, alguém fez de tudo para o povão se irritar nas gerais e nas arquibancadas da vida, noves-fora nas cadeiras dos bacanas?
A bola entrou ou não entrou?
Não dá para saber. Vão dizer que está gravado, mas, mesmo assim, não foi todo mundo que viu a cena. Nem todo mundo tem televisão. Nem todo estádio tem TV. E quem vê? Como vê? E se viu, vai dizer o que pra quem? Que foi ou que não foi?
Pior ainda é você ou uma porção de gente achar que o Lula é tudo aquilo que ele diz que é?
E o que é que o Lula diz que é?
" Qual o Lula? "
O Lula lá do Planalto ou o Lula ali da esquina? Eu falo daquele cara que toca um boteco numa esquina ali na frente. Bom sujeito esse Lula. Já o Lula que toca o Brasil eu que conheci há muito tempo, nos tempos em que, como jornalista, eu frequentava a sede da Federação dos Metalúrgicos, que fica lá no bairro da Consolação, perto do Pacaembu.
Gente fina aquele pessoal da diretoria da Federação dos Metalúrgicos, brigavam dia e noite pelos trabalhadores da categoria. Ninguém encarava os caras, mano. Foi então que, para mudar o jogo e as regras do jogo, surgiu o Lula. Sim, o Lula que hoje está em Brasília. Dava para perceber, já naquele tempo, que o tal Lula queria mesmo "o puder!". Queria mandar na Federação.
Ninguém queria o Lula lá e o Lula saiu de lá para se vingar fazendo "fuxico" lá na Praça da Sé. E o Lula foi. E fez tudo quanto é fuxico do mundo. Fez tanto e fez tantas, que acabou no que acabou, como se ele fosse o dono do mundo
" Viu no que deu? "
Eu - hein? Lula
Deu nisso que deu.
Olha o Lula aí, gente! Nas mentiras e nas verdades, poucas verdades e muitas mentiras.
" Dói, não dói? "
É isso aí, mano.
Dói. E daí? Doa a quem doer, quem votou nele e quem não votou em ninguém.
Isso aí, mano! - como eu já disse. E adianta dizer?
O povo acredita no que não vê e vê até aquilo que nem acredita. Acredita nisso? Pois é, não dá nem para acreditar.
O pior é que daqui a pouco vai ter eleições de novo. E lá vem ele com toda aquela aparência desaparente.
Ele surge aparecendo, vem aparecido, não o Aparecido, aquele sujeito tão bom ali da farmácia que tem remédio pra tudo. Veio ele, o aparente transparente, o "ingana-nóis-di-novo", como diria o povo.
" O povo, de novo, sempre o povo "
"Me enganem que eu gosto!" - não é assim que o povo fala?
Pois é, não se enganem, vamos sendo enganados aos trancos e barrancos. Mais aos barrancos que aos trancos
"Creá-me lo!" - como diriam, mais ou menos assim "nuestros Hermanos" de todas las Américas.
É nóis manu! - como diríamos nós, num Português bem menos claro.
Está claro, não?
Todo mundo enganando todo mundo. Não é engraçado tudo isso?
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