Quinta, 06 Mar 2025

Que dá dó, dá dó, dá. Não dá?

Estou pensando seriamente em parar de pensar. Já pensei demais, já imaginei demais, já criei demais, e quando digo que criei demais estou me referindo a todos esses anos que andei colocando a minha cabeça a prêmio. Criei anúncios, criei manchetes, criei reportagens, criei temas, criei filmes para vender mil coisas para os clientes de propaganda que atendi em minha vida, noves fora criei confusões, criei encrencas, criei emoções, criei situações, enfim, passei a vida criando. Tudo na base do pensamento.

Sempre fui assim. Ou melhor, sempre fui assim quando já meio crescidinho, já frequentando o ginásio, quase chegando ao colegial, ou cientifico, ou sei lá o que se chama hoje. Eram cursos de três anos. Cursos diversos, bem orientados e direcionados. Curso para Direito, Curso para Economia, Curso para Medicina, sei lá quantos cursos, inclusive cursos militares, cursos para aviação, cursos para navegação. Acabei cursando Direito, na Faculdade Mackenzie, em São Paulo.

" Faltou curso pra mim "

Nossa, fora isso só faltaram cursos para presidente da República. Por sinal, esse curso o Lula nunca fez. Aliás, pensando bem e pesquisando melhor, acho que o Lula nunca fez curso nenhum.

Lulão sempre foi esperto, cursou a esperteza. Conseguiu um emprego na área metalúrgica, nem sei o que ele fazia, se é que fazia, mas foi fazendo e foi inventando coisas mais pro lado da política até que, quando se viu, lá estava o Lula na Praça da Sé, em São Paulo, descendo a guasca em tudo quanto era patrão e coisa e tal.

" Patrões e amigos "

Na verdade, e todo mundo sabe disso, o Lula sempre se deu bem com os patrões. Ele fazia cena e parecia bravo, mas se compunha com os donos da festa. Grande Lula. Chegou à Presidência da República. Se bobearem o cara chega à Presidência do mundo. Não duvide dessa infelicidade. É isso aí, mano.

Bem, mas, Lula à parte, eu estava falando em pensar de parar de pensar. Já disse, pensei demais. Já expliquei demais. Já passei para a frente mil ensinamentos nos meus tempos de professor de Jornalismo nas FIAM/FMU, em São Paulo. Nossa, fico lendo jornais, revistas, vendo TV e outras bagaças e sempre tem um ex-aluno meu na parada. Quanto orgulho.

Fora outros, que entraram na política e estão por aí formulando ideias, tentando melhorar este nosso país, tão rico em riquezas naturais e tão pobre em riquezas mentais.

" A gente vota "

Sim, a gente vota em qualquer um, a gente vota em qualquer artista, em qualquer fala mansa ou coisa assim. A gente vota porque é obrigado a votar, vai daí, vota em qualquer um mais esperto, que se diz do povo, que se diz da gente, que se diz humilde, mas que não tem humildade nenhuma.

Atrás das cortinas o cara é mais grotesco e mais do tipo "mandão" do que a gente imagina. Coisa de louco, mano. O cara é "mandão", exigente, fora outros advérbios ou adjetivos mais plausíveis e compatíveis e eu não estou aqui para falar nem bem nem mal de quem quer que seja. Aliás, eu até não queria que fosse, sabem disso?

" Volto "

Mas, enfim, volto ao começo da música ou da canção do desespero para dizer que neste mundo redondo, tudo que não era nada acaba virando tudo e tudo que já era tudo, acaba virando nada. Pois já não se fala até em lançar a candidatura do Lula para um novo episódio da tortura?

O Lula já poderia ser lançado para os folhetos ou álbuns do esquecimento. O diabo é que o brasileiro não lembra. E quando lembra, lembra das coisas piores. Eu, por exemplo, nem lembro quando o Timão, eu falo do "Curintia", foi campeão. O "Curintia" já foi o imenso "Curintia". Já foi um grande clube, um grande esquadrão, um time que dava orgulho na gente. Um clube que fazia a gente chorar. De alegria e de tristeza. Um clube que ganhava ou perdia e era sempre alegria.

" Meio Curintia "

Às vezes o Brasil é bem - meio - "Curintia". Já chegou a dar tanta alegria pra gente, já teve tanta força, já mostrou que poderia ter futuros tão maravilhosos, futuros tão possíveis para tantos milhares ou milhões de brasileiros e, no fim, caiu nas mãos da politicalha, que não pode ter outro nome. Politicalha que serve só para arrumar e arranjar a vida dos politicalhos, sempre eles, quase sempre os mesmos políticos e, nas voltas que o mundo dá, a gente já nem fica na mesma, fica na pior.

Comecei este texto falando em parar de pensar. Aí, de repente, pensei na música que anda tocando por aí e eu nem sei o nome. Sei só aquele pedaço que o cantor repete: "que dá dó, dá dó, dá. Dá dó do dodói da Dadá".

E eu repito: "que dá dó, dá, dá dó do dodói do povo brasileiro".

O pior é que o povo brasileiro gosta de sentir dor, para se sentir injustiçado.

Não dá dó? Dá dó, não dá?

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Quinta, 06 Março 2025

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