Futebol Amador: Baiano Barbeiro, o Técnico Que Respira Futebol e Política

Em frente ao desembarque da rodoviária de Atibaia fica o salão do Baiano Barbeiro, há 47 anos. Parada obrigatória de quem gosta de futebol e política e resiste com sucesso o passar dos tempos.

"No meu salão sempre foi assim. Assunto que não prejudica ninguém. O futebol e a política fazem parte da minha vida".

Nascido em 4 de julho de 1945, em Novo Mundo, na Bahia, Suzete de Oliveira tem 75 anos, possui três filhos (Kate, Sandro e Felipe), é casado com Maria Perpétua Alves de Oliveira e tem duas netas, filhas de Kate, tradutora de inglês, mora em San Francisco (EUA). Mais quatro netos, filhos de Sandro, o engenheiro e seu filho caçula é o Felipe, químico.

Baiano chegou a São Paulo em 64. Trabalhou como cortador de lenha na Companhia Melhoramentos, em Caieiras. No Ceasa do Jaguaré e ainda em Caieiras trabalhava como barbeiro e já brincava na Bahia sobre a profissão. Em São Miguel, na Vila Curuçá trabalhou no Departamento de Água e Esgoto, cavando galeria e na Radial Leste como ferreiro armador de prédio.

Decidiu ser barbeiro e conciliava com a função de tapeceiro na Catalana, no Canindé. Em 65 começou no salão do Avelino, em São Miguel, mais tarde o comprou e ficou até 72. Montou uma fábrica de polimento, cromeação e tinha um táxi, não deu certo.

Em 23 de dezembro de 1.972, veio pra Atibaia, morou numa chácara no Alvinópolis, cuidava dela. Em 73 trabalhou no salão do seu Armando, na Rua Benedito de Almeida Bueno, três meses. Em abril comprou o salão onde está até hoje, ali tinha charrete e ia para casa assim.

Corintiano desde 67, ia ao Pacaembu e ao Parque São Jorge e viu jogos contra o Santos de Pelé.

"Era duro ver o Pelé marcar gols contra o Corinthians".

Comentou sobre o futebol hoje: "mudou para pior. Hoje o profissional virou dinheiro, antes se jogava por amor. No amador também aconteceu isto".

Jogou no Bahia FC, de São Miguel: "davas umas carreirinhas".

Em Atibaia, em 78, no Santo Antônio do Maracanã foi auxiliar técnico. Em 79, treinador, roupeiro e presidente. Jogadores como Rui Ramos, que foi para o Japão e hoje é ídolo japonês jogou com ele e vinha de São Paulo junto ao Bimba (América/RJ e Portuguesa) e Zanatta que hoje mora em Atibaia (SAADE - São Caetano).

Fez amistosos. Em 81 contra o Juventus, do técnico Ararinha (empate); os juniores do Corinthians, do técnico Júlio Botelho (derrota), os juniores do São Paulo, do treinador José Carlos Serrão (empate).

O campo lotava e cobrava-se ingresso. Os times cobravam taxa, lanche, almoço e condução. Gastava-se por jogo uns 70 mil cruzeiros.

"Dava para fazer com a bilheteria e o apoio dos patrocinadores".

Queria inscrever o Santo Antônio na Terceira Divisão de profissionais da Federação Paulista, o Grêmio entrou na frente e o time do Maracanã ficou de fora, na época não podia ter dois times da mesma cidade. Ficou no Santo Antônio até 83, campeão e vice municipal e regional. No São João TC, diretor e técnico, América das Três Pistas (diretor), Ressaca (diretor) e outros.

"Em 2.003 tentei voltar ao Santo Antônio, eu e o ex-engenheiro da Prefeitura, o Gervásio Matuoka, trabalhamos para fazer a terraplanagem do campo novo do bairro do Maracanã, sem o prefeito saber".

No Real Imperial, diretor e técnico e conquistou a Segunda Divisão e os vices da Copa Atibaia e da Primeira Divisão.

A vida na política. O pai em Mundo Novo o levava a showmícios e começou a gostar de política. Em São Paulo ajudou os irmãos Fausto Tomás de Lima, candidato a deputado federal e Edson, para estadual. Em Atibaia fez amizade com o prefeito Cido Franco e o ajudou na reeleição e o Takao Ono para vereador. Em 88, no PFL, hoje DEM, se candidatou a vereador (155 votos), 92 (270 votos), 2000 pelo PTB (288 votos), 2004 (378 votos) e 2008 (348 votos).

Foi cabo eleitoral de Paulo Maluf e o recebeu em seu salão, além de outros políticos.