Saneamento básico colabora ativamente para o ciclo da água
No dia 22 de abril comemora-se o Dia Mundial da Água, data criada em 1922 pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de colocar em pauta discussões relacionadas a água. Para falar sobre o assunto, convidamos o diretor da Atibaia Saneamento, Mateus Banaco, que é formado em Economia (PUC-SP) e tem mais de 15 anos de experiência no setor de saneamento. Hoje, Mateus Banaco, é diretor geral de operações que pertencem ao grupo Iguá, incluindo a Atibaia Saneamento.
Qual a relação entre o abastecimento de água e o esgotamento sanitário?
Acredito que a relação entre a água e esgoto acontece simultaneamente. Quando o esgoto é tratado, o efluente final segue límpido para os cursos hídricos, preservando o meio ambiente, solo e vida aquática. Quando esse processo não ocorre, e o esgoto é despejado in natura prejudica a natureza, fauna, flora, animais, afeta a saúde do ser humano, e atrapalha o desenvolvimento econômico e social dos municípios.
Quando falamos de coleta e tratamento de esgoto, estamos lidando com dois conceitos diferentes?
Exatamente, a coleta ocorre quando o esgoto é afastado das casas por meio de tubulações que conectam as residências à rede coletora. Essas tubulações enviam o esgoto para tubulações maiores, geralmente instaladas próximas aos rios. Depois disso, os dejetos serão encaminhados até uma Estação de Tratamento de Esgoto, o que nós chamamos de ETE, e é lá que ocorre, de fato, o tratamento dos efluentes gerados para que a água, em boas condições, possa ser devolvida ao meio ambiente. Isso interfere diretamente no abastecimento e manutenção do ciclo da água, ter tratamento sanitário adequado ajuda na preservação desse recurso natural.
Hoje, todo esgoto gerado é tratado no Brasil?
Infelizmente, não. Quando olhamos para o panorama nacional vemos que nem todo esgoto produzido é coletado e uma porcentagem ainda menor chega a uma ETE.
No Brasil, segundo SNIS 2019, menos da metade do esgoto é tratado e, aproximadamente 34 milhões de pessoas, não têm água potável. É um número muito alto, por isso temos que pensar a respeito.
O mesmo acontece no Estado de São Paulo?
O Estado de São Paulo tem índices um pouco melhores. O Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (SNIS), onde encontramos dados oficiais sobre o assunto, mostra que, aqui no Estado de São Paulo, o atendimento com esgotamento sanitário é acima de 90% para a população urbana, mas a média de tratamento de esgoto ainda é menor, em torno de 68%.
Quais são os índices do município de Atibaia?
Aqui temos bons números de coleta e tratamento de esgoto e estamos trabalhando para que sejam ainda melhores. Desde 2017, o município é servido pela Atibaia Saneamento, empresa do grupo Iguá, responsável pelo esgotamento sanitário na cidade e que mantém uma Parceria Público-Privada com a SAAE. Com a recente entrega da ETE Caetetuba, realizada pela empresa em dezembro de 2020, a capacidade de tratamento de esgoto no município de Atibaia foi ampliada para 83,7% de todo esgoto coletado na cidade.
Quais as dificuldades para a universalização do esgoto na cidade?
Conseguimos nos últimos anos entregar a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Caetetuba e, modernizamos e ampliamos a Estação de Tratamento de Esgoto, ETE Estoril, para trazer mais qualidade de vida para os moradores de Atibaia e também melhorar os indicativos econômicos da cidade. Mas hoje, a dificuldade maior é por conta da pandemia, que afeta todos os segmentos do mundo, incluindo o saneamento. Seguimos com as obras em Atibaia, respeitando as medidas de distanciamentos, porém já notamos a ausência de alguns insumos. Contudo, continuamos com as metas de que até 2025 o município alcance a universalização do esgoto, atendendo toda a zona urbana com coleta e tratamento de esgoto.
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