Gestar é uma explosão de sentimentos
Dra. Regiane Glashan*
Todo ser humano possui camadas em sua mente e entre elas as conhecemos como consciente, subconsciente e inconsciente e em cada uma dessas instâncias temos sentimentos e emoções armazenadas que estão a disponibilidade ou não em nosso estado de vigília.
Durante o período da gestação a gestante é inundada por sentimentos de prazer, medos, ansiedades, incertezas, aflições entre outras.
Ansiedades específicas da gravidez:
Em cada fase da gestação a ansiedade toma um corpo, ou seja, uma expressão diferente e com ela a gestante (e não raro seu companheiro) vivencia medos e incertezas.
Por exemplo, no primeiro trimestre gestacional a mulher se torna mais sonolenta, sensível e sonha mais. Todos estes eventos marcam uma regressão e identificação da mulher com seu bebê e com o bebê que ela foi.
Nesse período ela pode se recordar com mais facilidade de traumas ocorridos em seu passado bem remoto ou mesmo sua relação com sua mãe e o intenso medo de abortar o bebê tão "esperado".
No segundo trimestre a gestante entra num período de calmaria, seu ventre começa a arredondar, os seios se tornam entumecidos, os movimentos fetais aparecem por volta do 5º mês gestacional e outras ansiedades aparecem, tais como: medo de ter um bebê com algum defeito (mesmo que o ultrassom mostre ao contrário), medo de que algo ruim ocorra durante o parto, medo de não conseguir cuidar bem de seu bebezinho, medo de perder a vida durante o parto, redução da libido e outras.
No terceiro trimestre a mãe pode sentir-se menos atraente para seu esposo e ansiedades a este respeito podem surgir. A gestante idealiza muito o bebê nesta fase. Pensa o quanto ele será inteligente, bem-sucedido, esperto, feliz e adequado no mundo em que vivemos.
Pensa sobre a identidade de gênero do bebê, como será sua criação frente o sexo do filhinho (tipo de vestimenta, tipo de brincadeiras mais apropriadas e outras).
Já próximo a data do parto, a futura mamãe, reativa ansiedades que estavam bem escondidas em seu inconsciente, como o seu próprio parto, sua relação afetiva com sua mãe, como será sua família nuclear e como será esse bebê tão conhecido (que ficou em seu ventre 9 meses) e tão desconhecido ao mesmo tempo.
O que importa no final é que se a gestante teve um ambiente acolhedor durante sua gestação, esse será um período inesquecível na vida de qualquer mulher. Assim sendo, a todas elas que estão nessa fase, que tenham "uma boa hora".
* Terapeuta Familiar - Casal - Individual, ênfase na relação mãe-bebê. Especialista-Mestre-Doutora-Pós-Doutora pela UNIFESP, Fellow Universidade Pittsburgh - USA. Site: www.terapeutadebebes.com.br. Instagram: @terapeutadebebes_familia
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