Quarta, 22 Jan 2025

Cessar-fogo entrará em vigor no domingo ao meio-dia

Quinze meses após o início da guerra em Gaza, com o ataque devastador do Hamas ao sul de Israel e mais de um ano depois do acordo de novembro de 2023, Israel e o grupo terrorista palestino Hamas chegaram a um acordo sobre um cessar-fogo e libertação de reféns.

O acordo foi confirmado por autoridades de Israel, Hamas, Estados Unidos, Egito e Catar, e deve entrar em vigor no domingo, 19 de janeiro, ao meio-dia, com o primeiro dos reféns sendo libertado naquele dia.

Falando em uma coletiva de imprensa em Doha, o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, confirmou o acordo e a data em que entrará em vigor.

As FDI anunciaram que "Asas da Liberdade" é o nome oficial da operação destinada aos preparativos para o retorno dos reféns.

O acordo descreve uma fase inicial de cessar-fogo de seis semanas e inclui a retirada gradual das FDI da Faixa de Gaza e a libertação de reféns em troca de prisioneiros de segurança palestinos mantidos por Israel.

Assim que a implementação do acordo começar, o Hamas libertará gradualmente 33 reféns israelenses ao longo dos primeiros 42 dias do cessar-fogo.

O Gabinete do Primeiro-Ministro (PMO) informou sobre uma teleconferência realizada por Benjamin Netanyahu com a equipe de negociação em Doha, na madrugada desta quinta-feira. Segundo eles, a equipe relatou tentativas de última hora do Hamas de se retirar dos entendimentos do acordo.

"Ao contrário de uma cláusula explícita que dá a Israel o direito de vetar a libertação de assassinos em massa que são símbolos do terrorismo", o Hamas exige a libertação destes terroristas, afirmou.

"O primeiro-ministro instruiu a equipe de negociação a respeitar os entendimentos acordados e a rejeitar abertamente as tentativas de chantagem de última hora por parte do Hamas".

O PMO disse que havia "uma série de cláusulas" no acordo que ainda não haviam sido finalmente acordadas, e que Israel esperava que "os detalhes fossem finalizados".

O gabinete de segurança política de Israel se reuniu nesta quinta-feira, às 11h, e logo a seguir será realizada uma reunião governamental, onde será apresentada a lista dos presos que serão libertados como parte do acordo.

Depois disso, listas de prisioneiros de segurança palestinos prestes a serem libertados serão publicadas, para permitir petições ao Tribunal Superior contra sua libertação por partes interessadas.

Somente depois que todos os detalhes forem finalizados no Catar é que o chefe do Gabinete de Segurança Nacional, Tzachi Hanegbi, e os membros do gabinete devem aprovar o acordo.

Segundo divulgado no Canal 12, de Israel, mas não confirmado, a lista dos 33 reféns a serem devolvidos na primeira fase inclui quatro civis, além de Shiri Bibas e seus dois filhos – Ariel e o bebê Kfir -, 10 homens com 50 anos ou mais e 11 homens doentes.

Fontes americanas asseguram que os reféns Keith Siegel e Sagi Dekel-Chen, ambos com cidadania americana, devem ser libertados na primeira fase do acordo.

As mesmas fontes dizem ainda que as cinco observadoras militares, Liri Albag, Karina Ariev, Agam Berger, Daniela Gilboa e Naama Levy, também deverão ser libertadas a partir de domingo.

A primeira fase do acordo durará 42 dias, e a implementação do acordo começará dois ou três dias após sua assinatura.

As FDI se retirarão da Rota Netzarim e de todas as áreas povoadas do enclave para cerca de 700 metros da fronteira, exceto em cinco áreas especificadas, onde serão 400 metros.

Segundo informações, as FDI reduzirão sua presença da Rota Filadélfia e depois se retirarão completamente ao longo dos primeiros 50 dias.

Israel concordou em abrir a passagem de fronteira de Rafah uma semana após a implementação do acordo, e o acordo incluirá um protocolo sobre ajuda humanitária durante a primeira fase, sob a supervisão dos mediadores. Espera-se que Israel comece os preparativos para iniciar o transporte de ajuda através da travessia imediatamente.

Israel abrirá a passagem para civis após a libertação de todas as mulheres, tanto civis quanto soldados, do cativeiro do Hamas.

Todos os civis palestinos feridos e doentes poderão sair pela passagem de Rafah após sua reabertura para civis.

O Hamas terá permissão para transferir 50 agentes feridos para hospitais egípcios a cada dia. No entanto, cada agente está sujeito à aprovação de Israel e do Egito. A travessia continuará sendo operada em conjunto por Israel e Egito.

Israel começará a permitir que refugiados desarmados retornem ao norte da Faixa de Gaza a pé, sujeitos a inspeção na primeira semana.

Após a primeira semana, refugiados desarmados a pé terão permissão para retornar ao Norte sem inspeção pela rua costeira Al-Rashid. Duas semanas depois, eles terão permissão para retornar pela estrada central Salah al-Din.

Após a primeira semana, os refugiados poderão retornar ao Norte em veículos, que serão inspecionados por uma empresa privada a ser determinada pelos mediadores em coordenação com Israel.

Em troca dos 33 reféns, Israel libertará cerca de 2.000 terroristas condenados, incluindo cerca de 250 que foram sentenciados à prisão perpétua. Além disso, Israel libertará cerca de mil terroristas capturados após 7 de outubro.

Nove reféns doentes ou feridos serão libertados em troca da libertação de 110 terroristas condenados que cumprem penas perpétuas.

Israel libertará 1.000 prisioneiros de Gaza, todos presos depois de 8 de outubro de 2023, nenhum deles diretamente envolvido em 7 de outubro. Nenhum terrorista envolvido em 7 de outubro será libertado no acordo, conforme relatado anteriormente pelo The Jerusalem Post.

Reféns com mais de 50 anos serão libertados na proporção de 27 prisioneiros condenados à prisão perpétua e 31 outros prisioneiros por refém.

Avera Mengistu, detido desde 2014, e Hisham al-Sayed, detido desde 2015, serão ambos libertados numa proporção de 30 prisioneiros por pessoa, mais outros 47 prisioneiros. Ambos entraram na Faixa de Gaza e sofrem de problemas de saúde mental, levantando temores sobre seu bem-estar.

Os mediadores prometeram emitir uma resolução do Conselho de Segurança da ONU apoiando a declaração de um cessar-fogo para garantir que as partes cumpram o acordo.

Fonte: Revista Bras.il a partir de Ynet, Walla e The Jerusalem Post e Zê Má Yésh

Nota da Redação: Benjamin Netanyahu disse que havia "uma série de cláusulas" no acordo que ainda não haviam sido finalmente acordadas, e que Israel esperava que "os detalhes fossem finalizados". Enquanto os detalhes não forem acertados, o acordo não será assinado.

Veja mais notícias sobre Política.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Quarta, 22 Janeiro 2025

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.atibaiahoje.com.br/