O desenvolvimento motor e sua relação com os pensamentos
Cristiane Fernandes Esteves Saraguci*
Ao estudarmos o desenvolvimento humano nos deparamos com a complexidade que cada faixa etária apresenta, por isso é preciso analisar minuciosamente cada fase, do nascimento até a velhice.
Na infância podemos perceber algumas singularidades no desenvolvimento do comportamento motor em relação aos reflexos, o andar, o correr, os movimentos de coordenação motora fina, que por sua vez, exigem diversos processos cognitivos, como coordenação visomotora, atenção, processos controlados e automatizados.
Já na velhice, esses comportamentos podem começar a apresentar deterioração e comprometer o funcionamento de novas rotas de aprendizagem.
Quando observamos um bebê, por exemplo, podemos perceber que desde o momento em que abre os olhos e chega a este mundo, ele começa seu processo de aprender, que aliás é uma exigência do meio. São tantas coisas para aprender, não é mesmo? Falar, engatinhar, andar, mamar, brincar, comer, segurar objetos, são diversos os exemplos. É uma sequência de comportamentos que são desencadeados em cada estágio de nossa maturação biológica e que podem variar de pessoa para pessoa, mas uma coisa é certa, nenhum de nós escapará desse processo.
O nosso comportamento motor está envolvido em praticamente todas as outras funções que desempenhamos, como a linguagem, por exemplo, que possui diversas interligações e processos integradores. O ato de falar tem suas relações diretas com a articulação do movimento, expressões faciais e gestos executados ao falar. Assim como o comportamento motor da escrita, que envolve movimentos de articulação manual, mas também de coordenação visomotora.
Apesar da maturação nervosa que envolve o comportamento motor, o qual vai evoluindo naturalmente conforme crescemos, não podemos limitar o processo de aprendizagem motora apenas à maturação biológica, é importante que a criança seja estimulada através de interações sociais que contribuam para seu desenvolvimento, como por exemplo, abrir uma lata, jogar bola, praticar esporte, pintar, desenhar, recortar, participar de brincadeiras que envolvam movimentos corporais e coordenação visomotora entre outras.
O que as famílias precisam ficar atentas em relação ao desenvolvimento motor é, que se perceberem qualquer atraso nesse desenvolvimento em relação às crianças com a mesma faixa etária, é importante procurar ajuda profissional para fazer uma investigação mais cuidadosa, pois ele poderá afetar outras áreas do desenvolvimento, além de poder ser um sinal de que algo está errado com a criança.
Concluindo, a natureza é sábia e nós nos desenvolvemos naturalmente, porém as interações sociais são muito importantes para que nossas habilidades sejam aprimoradas. Um ambiente familiar rico em estímulos contribuirá para o desenvolvimento integral da criança, inclusive motor, potencializando suas capacidades e melhorando seu desempenho.
* A autora é Neuropsicopedagoga e Psicopedagoga Clínica e Institucional, Pedagoga especialista em Administração Escolar, Coach Pessoal, Profissional e Líder Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching e Analista Comportamental Disc pela Gestor Performance. Possui experiência de mais de 20 anos na área, atuando no âmbito escolar e clínico, como também no mundo business como Coach, palestrante e desenvolvendo pessoas. Contatos: E-mail: crissaraguci@hotmail.com; Instagram: @neuropsicocristianesaraguci; Facebook: @conexãodoaprender e Blog: https://conexaodoaprender.home.blog/
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