O que fazer quando a criança apresenta baixo desempenho?
Cristiane Fernandes Esteves Saraguci*
Se tem algo que preocupa as famílias e os educadores é o baixo rendimento escolar e/ou um atraso no desenvolvimento da criança. Mas calma, primeiro é preciso entender os motivos que levam a esse baixo rendimento, que nem sempre é preguiça, desinteresse ou falta de esforço e mesmo que seja, ainda assim, existe um motivo que desencadeia esses comportamentos.
É preciso lembrar que somos únicos, cada um de nós tem sua forma de aprender, de se motivar e também existem vários fatores envolvidos. Quando lidamos com alguma situação em que a criança está desmotivada a primeira coisa a se fazer é ter um olhar atento e uma escuta ativa, observar o comportamento da criança, sentar e ter uma boa conversa, sem julgamentos, mas procurar ouvir o que a criança tem a dizer.
Outro ponto importante é observar se ela está apresentando dificuldade na aprendizagem de algum conteúdo específico ou se você percebe algum sintoma que está prejudicando seu desempenho no geral, como dificuldade de focar a atenção por exemplo, pois esse é um fator que gera desmotivação, uma vez que ela não consiga superar as dificuldades é bem provável que ela desista. E você pode ajuda-la dando apoio e incentivo para a superação dessas dificuldades, algumas vezes, inclusive, procurando ajuda especializada neuropsicopedagógica ou psicopedagógica.
Eu já falei em outros artigos sobre os fantasmas do passado que ainda nos rondam, mesmo com o avanço das neurociências e do conhecimento que temos hoje sobre como funciona o cérebro humano, muitas crianças continuam recebendo rótulos quando não atendem as expectativas em relação ao aprendizado, porém esses rótulos não contribuem em nada, pelo contrário, prejudicam ainda mais a criança.
Nestes casos a parceria entre escola e família é fundamental para que consigam ajudar a criança, pois o professor pode dar informações importantes sobre o comportamento em sala de aula e mesmo dentro do ambiente escolar, e por outro lado a família tem informações preciosas sobre o histórico da criança, a rotina familiar e o contexto de vida que estão vivenciando no momento em que a criança começa a apresentar o baixo desempenho.
Existem vários fatores que podem influenciar no aprendizado, como os emocionais, os biológicos e os ambientais, além de muitos outros. Sendo assim é preciso paciência e empatia para se colocar no lugar da criança, não descartando nenhuma possibilidade logo de cara. Lembre-se que quando nos sentimos acolhidos e seguros temos uma chance maior de nos superarmos, porém quando somos pressionados e nos sentimos incompreendidos aumentam as nossas chances de fracasso.
Se mesmo com todo apoio que você e a escola têm dado os sintomas persistem, então o melhor a se fazer é buscar uma avaliação diagnóstica, pois com a aplicação de testes específicos para a aprendizagem e o olhar treinado do especialista ficará mais fácil identificar a causa que desencadeia tais sintomas e fazer uma intervenção adequada para que a criança supere suas dificuldades.
Enfim, o mais importante é buscar valorizar os pontos positivos, as conquistas e habilidades que a criança tem. Uma criança com uma autoestima adequada, confiante e que desenvolve habilidades socioemocionais terá maior facilidade de superar os desafios que forem aparecendo durante seu processo de desenvolvimento e, lógico, quando necessário, buscar ajuda adequada para a criança, não deixando que os sintomas piorem e que isso traga prejuízos ainda mais sérios para a sua vida. Não deixe o problema se arrastar, quanto antes os sintomas são tratados melhores são os resultados.
* A autora é Neuropsicopedagoga e Psicopedagoga Clínica e Institucional, Pedagoga especialista em Administração Escolar, Coach Pessoal, Profissional e Líder Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching e Analista Comportamental Disc pela Gestor Performance. Possui experiência de mais de 20 anos na área, atuando no âmbito escolar e clínico, como também no mundo business como Coach, palestrante e desenvolvendo pessoas. Contatos: E-mail: crissaraguci@hotmail.com; Instagram: @neuropsicocristianesaraguci; Facebook: @conexãodoaprender e Blog: https://conexaodoaprender.home.blog/
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