Quinta, 21 Nov 2024

Prejuízos causados por experiências negativas no ambiente aprendizagem

Cristiane Fernandes Esteves Saraguci*

A ideia de escrever um artigo com este tema veio de experiências compartilhadas comigo por pacientes que, encontrando-se na fase adulta, conseguiram expor com clareza seus sentimentos em relação as vivências que tiveram, principalmente no ambiente escolar, que é totalmente voltado para a aprendizagem e socialização.

Infelizmente, algumas crianças, ainda sofrem no ambiente escolar quando apresentam atraso no desenvolvimento. Seja pelo despreparo dos profissionais para lidar com a situação ou pela falta de conscientização e empatia dos próprios alunos ou ainda a falta de apoio em vários sentidos.

Crianças com atraso no desenvolvimento podem ser vítimas de bullying frequentes, além de terem que conviver com a falta de paciência das pessoas que deveriam ajudá-las.

Já recebi paciente com relato de crises de pânico no ambiente escolar, que só de ouvir a frase "trabalho em grupo", o corpo respondia com desespero, boca e membros arroxeados, choro intenso, comportamento agressivo, verdadeiras crises emocionais, um verdadeiro colapso nervoso, causado pelas experiências negativas repetidas ano após ano.

Relatos como gozação dos colegas devido as dificuldades são frequentes no consultório. Esses relatos demonstram como nossa sociedade não estava preparada para incluir verdadeiramente as pessoas com algum tipo de deficiência, transtorno ou dificuldade. Ou não está? O diferente ainda incomodava! Ou incomoda?

Garotas adolescentes zombando de garotos com autismo, por eles não conseguirem perceber sinais sociais. Sabe aquelas "brincadeiras" do tipo "Minha amiga quer namorar com você", só para ver a resposta do garoto e cair na gargalhada. Sim, esse relato é real e mais comum do que vocês imaginam!

É triste termos que admitir que NÃO, não somos inclusivos, ainda não! Pois a inclusão não se faz apenas nas escolas, mas na sociedade como um todo. É dentro de nossas casas, na fila do mercado, nos hospitais, nas empresas e em todos os ambientes frequentados por seres humanos.

Como pais, o que estamos ensinando para nossos filhos? Educamos com qual objetivo? Qual o papel do professor neste mundo contemporâneo e cheio de desafios? Como podemos incluir verdadeiramente? Como podemos desenvolver a sensibilidade para percebermos o sofrimento do outro? Estamos fazendo a nossa parte? Como reagimos quando vemos uma atitude de exclusão? Como reagimos quando ouvimos frases discriminatórias?

Uma coisa é certa, não podemos desistir! Precisamos fazer a nossa parte e criar um movimento, como uma onda, que começa pequena e vai crescendo, inspirando mais e mais pessoas. Somente assim, conseguiremos ter uma sociedade mais justa para todos! Para isso, devemos parar com esse comportamento de jogar o "mico" no colo dos outros, de achar que "o problema não é meu". Sim, o problema é de todos nós!

* A autora é Neuropsicopedagoga e Psicopedagoga Clínica e Institucional, Pedagoga especialista em Administração Escolar, Coach Pessoal, Profissional e Líder Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching e Analista Comportamental Disc pela Gestor Performance. Possui experiência de mais de 20 anos na área, atuando no âmbito escolar e clínico, como também no mundo business como Coach, palestrante e desenvolvendo pessoas. Contatos: E-mail: crissaraguci@hotmail.com; Instagram: @neuropsicocristianesaraguci; Facebook: @conexãodoaprender e Blog: https://conexaodoaprender.home.blog/

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