Quanto tempo meu filho ficará em terapia?
Essa é uma dúvida frequente das famílias. A criança apresenta algum tipo de atraso ou é diagnosticada com algum transtorno do neurodesenvolvimento, como TDAH, TEA, DI e outros, iniciam-se as terapias e as famílias ficam ansiosas pela alta. Vou tentar explicar o porquê é difícil determinar um tempo exato.
Para começar, o primeiro ponto é, qual a gravidade do caso? O tempo tem muita relação com os sintomas que o paciente está apresentando e o diagnóstico. Outro ponto é a quanto tempo e qual o tipo de atraso ou problema ela vem apresentando? Exemplo, se a criança está com problemas na fala e o sintoma é a troca do "r" pelo "l", neste caso específico pode ser que a criança apresente uma dislalia e quem faz a avaliação e o tratamento é o profissional da fonoaudiologia. Até os 4 anos é normal que a criança troque os fonemas, porém quando o problema persiste após essa idade é importante procurar um profissional para uma avaliação. O problema pode persistir por meses ou até anos.
Outro caso importante é o autismo, o ideal é que a criança receba um diagnóstico precoce para já iniciar as terapias que envolve uma equipe multidisciplinar que pode ser composta por psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicopedagogo e educador físico, dependendo da necessidade da criança. O tratamento para autismo pode perdurar por toda a vida, na verdade é o ideal, o que vai mudar é o foco do tratamento, de acordo com a gravidade e a idade do paciente. No caso das crianças, são anos de terapia intensiva.
Temos também os casos de TDAH, Transtornos Específicos de Aprendizagem (exemplo: dislexia, discalculia, disortografia, entre outros), todos eles envolvem muitas horas de terapias, que podem durar anos, também dependendo da gravidade.
Chegam em meu consultório muitos adolescentes com esses diagnósticos, alguns deles com atrasos ou dificuldades graves de aprendizagem, eles precisam de acompanhamento para melhorar o rendimento escolar e a qualidade de vida, porém os ganhos são gradativos. Casos mais graves podem levar anos de terapia, o importante é que o paciente ganhe autonomia para conseguir lidar com as próprias dificuldades, desta maneira é possível pensar em uma alta das terapias.
Ou seja, resumindo, não há como resolver em um ou dois meses problemas que vêm se arrastando há anos. É preciso investir tempo para que os resultados apareçam. Isso vale tanto para as crianças, como para nós adultos. No caso das psicoterapias, seria importante que todos nós tivéssemos acesso às terapias, pois elas ajudam muito a manter a saúde mental em dia.
Se você tem filho em terapia e ainda continua com dúvidas, converse com o profissional, analise o plano de tratamento, veja se está dentro do que você espera. Nada como uma boa conversa para entender e alinhar os objetivos da terapia!
* A autora é Neuropsicopedagoga e Psicopedagoga Clínica, Pedagoga com Habilitação em Administração Escolar, Especialista em Intervenção ABA no Autismo e Deficiência Intelectual, Professora/Formadora em Educação Inclusiva, além de Coach Pessoal, Profissional e Líder Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching e Analista Comportamental Disc pela Gestor Performance. Possui experiência de mais de 20 anos na área, atuando no âmbito escolar, clínico, empresarial. Contatos: E-mail: crissaraguci@hotmail.com. Instagram: @neuropsicocristianesaraguci. Facebook: @neuropsicocristianesaraguci. Site: www.cristianesaraguci.com.br
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