Parecer de perito nomeado pela Justiça é favorável à construção do Hospital Municipal
O contrato da Prefeitura de Atibaia com empresa terceirizada visando a construção do Hospital Municipal recebeu parecer favorável de perito nomeado pelo Poder Judiciário na última terça-feira, 15 de fevereiro. Além de não apresentar qualquer irregularidade, de acordo com o perito, o modelo econômico-financeiro escolhido pela Administração Municipal, o de Locação de Ativos, é mais vantajoso do que a modalidade tradicional, que não só encarece os custos, mas também prevê que a contratante assuma todos os riscos vinculados à execução da construção.
"Conclui-se, sob aspecto exclusivamente técnico, que o modelo econômico-financeiro, adotado à época pela Prefeitura do Município de Atibaia, era e continua sendo adequado e vantajoso para as condições de captação, disponibilidade de crédito, receitas/despesas futuras, transferências dos riscos envolvidos e responsabilidade com o erário público", afirma o perito Celso Aparecido Gonçalves.
A construção do Hospital Municipal de Atibaia – o primeiro da história da cidade, com previsão de estrutura completa para atendimento da população e potencial para dobrar a capacidade de atendimento existente hoje na Santa Casa – está paralisada em razão de uma ação civil pública movida por Carlos Alberto da Silva, Cibele Sidney e Ivan Carlos Cardoso, representados pelos advogados Lucas Scardino Fries e Sandro Henrique Audi de Oliveira.
"A verificação da documentação acostada aos autos complementadas por outras solicitadas por este perito demonstra, sob o aspecto técnico, que houve coerência nos estudos preliminares elaborados pela equipe técnica-econômica e transparência no processo licitatório conduzido pela municipalidade", acrescentou o perito em sua conclusão.
O projeto do Hospital Municipal é assinado por uma das maiores empresas de arquitetura hospitalar do Brasil, a Borelli & Merigo Arquitetura e Urbanismo, fundada em 1978 e com mais de 20 projetos de hospitais no Brasil e no exterior, entre eles o Hospital M'Boi Mirim – classificado pela Organização Mundial de Saúde como um dos melhores hospitais da América Latina. A obra, iniciada em 14 de junho de 2020, foi paralisada pela Justiça em 14 de dezembro de 2020, em razão da ação civil.
No passado, a Prefeitura contratou a FIPE – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da USP, para uma análise sobre o contrato firmado para a construção do hospital. De acordo com o laudo da FIPE, o modelo de locação de ativos, adotado pela Prefeitura, representa uma economia de R$ 11,47 milhões em comparação ao sistema de contratação de obras públicas pelo regime tradicional de empreitada. A Prefeitura apresentou o resultado da perícia em contestação à ação, justamente para demonstrar a veracidade de seus argumentos, especialmente no quesito econômico. Pelo sistema de locação de ativos, que consiste na contratação de uma empresa para a construção do prédio, o valor passará a ser pago pela Prefeitura somente quando a construção estiver finalizada.
O laudo do perito nomeado pela Justiça vem ao encontro do que já havia sido apontado pela FIPE. "A escolha da modalidade de parceria público-privada pela Locação de Ativos é mais vantajosa para a Administração Pública do que a modalidade tradicional, já que esta última encarece os custos de construção do hospital de R$ 1,0 a R$ 11 milhões, além de a contratante assumir todos os riscos vinculados à execução da construção, que, na locação de ativos, são integralmente absorvidos pelo ente privado", explica Gonçalves.
Além disso, o laudo da FIPE apontou o prejuízo causado pela paralisação das obras. "O atraso na construção do hospital acarreta a perda de 66 vidas anuais, em adição à tendência média de mortes na cidade. Aplicando-se a teoria do capital humano, essa quantidade de vidas salvas equivaleria a um valor monetário de R$ 13.926.867,36, que, por si só, mais do que valida a escolha da locação de ativos pela prefeitura por evitar atrasos, visto que atrasos têm custos em termos de vidas humanas", conclui o laudo da Fipe, que foi coordenado pelo professor Denisard Alves.
"Entendemos que essa ação foi motivada por questões políticas, o que é muito triste. E, infelizmente, quem perde com o atraso na construção de um equipamento deste porte, é a população. Mas temos convicção de que a Justiça vai autorizar a retomada das obras e poderemos dar andamento a esse projeto tão importante para a cidade", afirmou o prefeito Emil Ono.
A obra
O custo final da construção do Hospital Municipal de Atibaia está estipulado em R$ 38 milhões e segue o estabelecido na tabela do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos de Projetos e Índices da Construção Civil (Sinapi) – uma referência do Governo Federal. A Prefeitura pagará este valor em parcelas mensais durante 30 anos, e apenas a partir do momento em que começar a utilizar as instalações. A taxa de juros aplicada é de 10,5% ao ano – menor que as taxas da Caixa Econômica Federal e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS) para investimentos em equipamentos públicos, que é de 11,7%.
Além disso, o valor oficial do m² para obras de hospitais praticado atualmente no mercado é de R$ 5.250, somente para construção. Pelo contrato firmado, a Prefeitura pagará, aproximadamente, R$ 4.700 o m² da obra, incluindo os serviços de terraplanagem.
Vale lembrar que o projeto de construção do Hospital Municipal passou por autorização da Câmara, audiências e consultas públicas e, ao final, processo licitatório, contando, inclusive, com o crivo de órgãos de controle como o Tribunal de Contas do Estado e o Ministério Público. Foi um chamamento aberto para todo o Brasil, respeitando a Lei nº 8666/93, e após estudos da Prefeitura, iniciados em 2017, para se chegar à conclusão de que o melhor formato de contratação seria a locação de ativos.
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CAMBADA DE POLITIQUEIROS, ANTI CIDADÕAS, ENTRAM COM UM PROCESSO NA JUSTIÇA, PREJUDICANDO MILHARES DE PESSOAS QUE UTILIZARIAM ESTE HOSPITAL MUNICIPAL.ANOTEM OS NOMES DO ENERGÚMENOS PARA NO FUTURO BREVE, IR CONTRA COM TODA E QUALQUER AÇÃO DOS MESMOS
CIDADÃOS E NÃO CIDADÔAS