Quinta, 21 Nov 2024

A importância do "faz de conta" na infância

Cristiane Fernandes Esteves Saraguci*

Aproveitando que acabamos de comemorar a Páscoa, uma data cristã que comemora a passagem da morte para a vida, a ressurreição de Jesus Cristo e que também conta com um personagem marcante no imaginário infantil, o tão esperado coelho da Páscoa, pergunto: que importância tem esse personagem e tantos outros na infância?

Claro, todos sabemos que alguns personagens estão relacionados ao marketing do consumo, mas neste momento quero trazer o aspecto positivo e a importância desse "mundo de fantasia" em que a criança vive.

O jogo de faz de conta surge por volta dos 2 a 3 anos de idade, com o aparecimento da representação da linguagem, pois nesse momento a criança começa a modificar o significado dos objetos, a expressar suas fantasias e a assumir papéis no contexto social. São momentos de livre expressão para as crianças e ajudam no desenvolvimento de várias habilidades como as motoras, as cognitivas, a linguagem e as sociais.

Em muitos momentos as crianças, enquanto brincam, imitam o cotidiano por meio da expressão das relações familiares e escolares. Ao brincar de faz de conta, a criança aprende a criar símbolos. É alterando o significado dos objetos, das situações e criando novos significados que se desenvolve a função simbólica, elemento que garante a racionalidade do sujeito. O faz de conta também é importante no auxílio ao controle emocional da criança.

Mas e aí, onde está o coelho nisso tudo? O coelho ajuda a exercitar a imaginação e a criatividade, processos extremamente importantes do desenvolvimento. A ludicidade é o caminho mais eficaz para a aprendizagem e também na criação de memórias afetivas da infância, e essas memórias se tornam importantes durante seu desenvolvimento, pois é um lugar seguro para voltarem quando precisarem.

E quando é hora de parar de acreditar em coelhinho da Páscoa? A partir de certa idade, por volta dos 6 ou 7 anos, é natural que as crianças passem a se dar conta das diferenças entre o mundo real e o imaginário, com isso começam os questionamentos. Nesse momento, cabe aos pais ou responsáveis, conversar de forma honesta com os pequenos, pois não fará mais sentido alimentar essas fantasias neste estágio do desenvolvimento infantil.

Sendo assim, é importante que os adultos não rompam com os simbolismos de forma abrupta e precipitada, respeitando o tempo da criança. A natureza é sábia e tudo tem a hora certa e acontecerá naturalmente. Enquanto essa hora não chega aproveite e entre na brincadeira com seus pequenos, essa fase passa muito rápido e você certamente sentirá saudade e eles guardarão com muito carinho essas lembranças da infância e se desenvolverão de forma saudável e segura.

* A autora é Neuropsicopedagoga e Psicopedagoga Clínica e Institucional, Pedagoga especialista em Administração Escolar, Coach Pessoal, Profissional e Líder Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching e Analista Comportamental Disc pela Gestor Performance. Possui experiência de mais de 20 anos na área, atuando no âmbito escolar e clínico, como também no mundo business como Coach, palestrante e desenvolvendo pessoas. Contatos: E-mail: crissaraguci@hotmail.com; Instagram: @neuropsicocristianesaraguci; Facebook: @conexãodoaprender e Blog: https://conexaodoaprender.home.blog/

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