Ciúme: pode ser devastador!
Quem nunca provou do sentimento de não cair na preferência de um grupo, ou, de um grande flerte, ou, de ter se sentido abandonado, que atire a primeira pedra.
Abandono, perdas importantes e frequentes, não ser preterido por alguém em especial, são gatilhos para detonar um dos sentimentos mais tórridos e dolorosos: o ciúme. Ele pode ser um grande devastador de sentimentos nobres de qualquer pessoa.
É o tipo de sentimento explorado em folhetins, filmes, peças de teatro, com enorme repercussão no âmbito das tragédias humanas, pois, ainda se machuca, se mata, e, se esquarteja por ciúmes.
É um tempero fatal e passional, presente na vida de muitos casais, que acabam tendo suas vidas desnudas em telejornais, revistas e manchetes de jornais, pois, alavanca audiência de qualquer veículo de comunicação.
O ciúme é um sentimento democrático. Atingi homens e mulheres, sem prevalência de sexo, raça, cor e religião. Dependendo de sua intensidade, pode causar grande sofrimento para quem o sente ou quem é alvo dele.
Bom, independentemente de sua intensidade, ele faz sua trajetória desde a infância, mergulhando na adolescência e colorindo a vida adulta com diversos tons. A maneira como lidamos com o ciúme está diretamente ligado às experiências de vida de cada um. O quanto cada indivíduo, em sua jornada, se sentiu valorizado, ou, amado, por quem realmente importa.
A autorreferência é um fator decisivo na maneira de sentir e de lidar com o ciúme, portanto, pessoas com baixa autoestima e baixa autoimagem, são as mais acometidas pelo doloroso sentimento de posse e transgressão.
É claro, que recuperar a estima é de grande importância para vencer o ciúme desmedido, mesmo porque todos nós "saudáveis" sentimos ciúmes.
Por outro lado, existe uma forma de ciúme, que é entorpecedor, doentio e irreal. Um exemplo bem claro disso é quando o parceiro acusa sua companheira de olhar, ou, mostrar interesse por outro alguém, quando isso na realidade é uma inverdade, ou, um fato que nunca aconteceu.
O que acontece de verdade é que o próprio parceiro foi quem identificou nesse suposto "alguém" atributos interessantes, e, acaba atribuindo ao outro, esse interesse desmedido. É complexo e por isso é doentio. É como se o indivíduo projetasse seus próprios sentimentos indesejáveis na outra pessoa.
Se isso é irreal, desmedido e irracional, de nada adianta a parceira argumentar, que o fato não aconteceu, e, que ela está expondo seus sentimentos da forma mais sincera possível.
Fatos assim podem acontecer uma, duas, ou, várias vezes, até que a parceira perceba a enrascada que se meteu, e, procura, então, se desvencilhar desse parceiro, ou o fim pode ser trágico; um ato violento pode finalizar o relacionamento.
Dessa forma, a intensidade do sofrimento e a maneira como o ciúme é expresso é que vai dar nuances, se ele é ou não patológico. Um relacionamento positivo exige diálogo e reflexão constantes. Do contrário, as armadilhas podem estar à espreita de um dos parceiros em qualquer esquina.
* Terapeuta Familiar - Casal - Individual, ênfase na relação mãe-bebê. Especialista-Mestre-Doutora-Pós-Doutora pela UNIFESP, Fellow Universidade Pittsburgh - USA. Site: www.terapeutadebebes.com.br. Instagram: @terapeutadebebes_familia
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