Quarta, 04 Dez 2024

Saúde amorosa é diferente das demais “saúdes”?

Será mesmo que saúde amorosa é diferente dos demais tipos de saúde (física, mental, emocional)?

Vira e mexe podemos identificar em manchetes de revistas e jornais assuntos relacionados a saúde e bem-estar geral, saúde física, saúde emocional, saúde mental, mas confesso que saúde amorosa é um tema pouco explorado, pelo menos nessa configuração.

Existem várias matérias relacionando relacionamentos conturbados ou mesmo tóxicos entre parceiros e adoecimento físico e mental - que para os mais "antenados" poderíamos chamar de doenças psicossomáticas.

Quando estamos apaixonados e de bem com a vida, sentimos a pulsão de vida circulando pelo nosso corpo e transbordando ao nosso entorno. É como se pudéssemos contaminar o outro, ao nosso lado, com essa energia boa e amorosa.

E quando estamos enamorados por nós mesmos? Quando estamos crentes de nossas virtudes e potenciais?

A saúde amorosa, assim como as demais "saúdes" significa nós sermos responsáveis pela nossa própria felicidade e não necessariamente estarmos envolvidos numa relação afetiva com o outro - que pode ser um parente, um companheiro, um amigo, etc. A saúde amorosa, nesse contexto diz respeito a nós mesmos - como nós percebemos, nos sentimos e agimos nesse mundão de Deus.

Saúde amorosa não significa que eu tenha amor de sobra para dar e vender e muito menos que eu sou responsável pela felicidade do outro. Eu sou responsável por assegurar o que eu sou e me sinto uma pessoa inteira, que tenho consciência de minha "auto identidade" e que quando necessário, posso me deparar com minhas necessidades não atendidas.

Contudo, pensando agora numa relação a dois, para a saúde amorosa existir entre um casal, eles primeiro precisam entender e aceitar que a felicidade relacional depende de quanto cada parceiro se percebeu único e contribuinte para a felicidade recíproca. Para isso, algumas características precisam estar embutidas nesse conhecimento:

  • 1. Senso consciente do "eu existo - eu sou": as pessoas com boa saúde amorosa entendem que possuem sua individualidade e autonomia. Conseguem se colocar para o outro de maneira honesta e demonstram abertura para ouvir o outro sem pré-julgamentos. Procuram crescer e fazer progresso e evoluir junto com seu parceiro.
  • 2. Senso de comprometimento: os parceiros estão abertos para procurar soluções gratificantes para os conflitos e a reciprocidade está presente na relação.
  • 3. Senso de confiança: ela deve estar presente desde o início do relacionamento. Ambos os parceiros estão disponíveis para dividir seus pensamentos e sentimentos, sem o receio de ser julgado inapropriado, fraco ou melindroso demais.
  • 4. Senso de comunicação: nós não precisamos sempre ceder ou concordar com nosso parceiro, mas temos que ter o direito de expressar nossos pontos de vista e sermos ouvidos com atenção e gentileza. Isso não significa que nosso parceiro será um "burro de presépio" - ele apenas vai estar envolvido numa escuta ativa - baseada na compaixão e na conexão mútua. ESCUTAR antes de REAGIR!
  • 5. Senso de amorosidade: ver nosso parceiro como alguém capaz de estabelecer uma relação de parceria e amorosidade. Precisamos relatar ao nosso parceiro o que esperamos dele, o que ele pode fazer para nos ajudar em um momento de dificuldade ou de crise (conversar, ficar apenas do lado e dar suporte, oferecer um abraço, etc.).
  • 6. Senso de amor real: o amor é construído e adubado no cotidiano das relações. Amor à primeira vista é raro! Portanto, o amor depende da confiança mútua, do empenho constante em fazer o melhor, paciência e perseverança.
  • 7. Senso de pertencimento: não nascemos de uma chocadeira e muito menos somos de Marte - sem pai ou mãe. Muito embora, eu também desconheço se em Marte existe toda essa parentalidade! É evidente que cada ser humano tem suas configurações parentais e um pertencimento familiar cheio de histórias. Temos a tendência em nos sentirmos atraídos por histórias complementares as nossas. Quando temos ciência do fato, podemos compreender o porquê de determinada atração. Não que isso seja a única solução para reparar uma relação amorosa ou ainda assegurar uma saúde amorosa. Porém, ajuda a procurar relacionamentos com melhor saúde amorosa.
  • E aí? Você está com sua saúde amorosa em dia?
  • * Terapeuta Familiar - Casal - Individual, ênfase na relação mãe-bebê. Especialista-Mestre-Doutora-Pós-Doutora pela UNIFESP, Fellow Universidade Pittsburgh - USA. Site: www.terapeutadebebes.com.br. Instagram: @terapeutadebebes_familia

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