A sexualidade das pessoas com deficiência intelectual
Cristiane Fernandes Esteves Saraguci*
Primeiro quero afirmar que deficiência intelectual não corresponde à deficiência sexual (Reeve, 2001). Da mesma forma que a sexualidade faz parte da vida dos indivíduos sem deficiência, principalmente a partir da adolescência, também para as pessoas com deficiência ocorrem as primeiras modificações a partir da puberdade.
É importante que esses indivíduos sejam acompanhados e orientados, pois neste despertar, muitas vezes, o adolescente com deficiência não sabe lidar com as novas sensações. Em contrapartida, a família, não sabe como lidar com os impulsos sexuais, que são naturais nesta fase do desenvolvimento do indivíduo, porque eles não possuem um filtro de quais momentos e lugares podem manifestar sua sexualidade, causando constrangimento. Algumas famílias tendem a ignorar a sexualidade, enquanto outras entendem a sexualidade com naturalidade.
Embora a sociedade perceba a sexualidade das pessoas com deficiência, ainda existe a necessidade de estudarmos mais sobre a educação sexual para este público. É importante que pais e educadores tenham uma postura positiva quanto a sexualidade das pessoas com deficiência. Tudo que não é discutido, que é um tabu, acaba tendo como resultado a opressão e a negação. A educação sexual precisa ser ofertada a todos, inclusive para as pessoas com deficiência.
Pais, professores e amigos exercem influência significativa na forma como o jovem viverá sua sexualidade. E a escola, de maneira especial, exerce importante papel nesse processo, já que oferece uma educação formal acerca da sexualidade.
No que diz respeito a educação sexual dos alunos com deficiência intelectual, é importante estratégias efetivas, com recursos adequados e variados, seguindo a mesma necessidade do ensino em outras áreas do conhecimento.
Ressalto que as pessoas com deficiência intelectual apresentam dificuldades na área cognitiva e não biológica, sendo assim vivenciam as mesmas sensações comuns a todos os jovens, porém para assimilarem, compreenderem e regularem o comportamento, precisam de recursos diferenciados.
Ou seja, há necessidade de uma educação sexual que não se limite apenas a transmissão de informação, mas que contribua para que crianças e jovens conheçam seu corpo e tenham uma relação interpessoal satisfatória. Essas pessoas têm plena capacidade de participar de programas desta natureza, respeitando-se a maturidade intelectual de cada um e sendo informados de acordo com os questionamentos trazidos.
A função educativa vai além de transmitir informações, mas implica na transformação da informação em conhecimento, que possibilitará um viver mais harmonioso em sociedade.
* A autora é Neuropsicopedagoga e Psicopedagoga Clínica e Institucional, Pedagoga especialista em Administração Escolar, Coach Pessoal, Profissional e Líder Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching e Analista Comportamental Disc pela Gestor Performance. Possui experiência de mais de 20 anos na área, atuando no âmbito escolar e clínico, como também no mundo business como Coach, palestrante e desenvolvendo pessoas. Contatos: E-mail: crissaraguci@hotmail.com; Instagram: @neuropsicocristianesaraguci; Facebook: @conexãodoaprender e Blog: https://conexaodoaprender.home.blog/
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