Dislexia: problema recorrente na escola
Na escola é que os problemas de aprendizagem ficam mais evidentes, pois é nesse ambiente onde eles se manifestam. Entre as causas de dificuldade está a dislexia, que faz parte dos Transtornos Específicos de Aprendizagem, e afeta de 3% a 10% das crianças em fase escolar, as quais podem chegar à idade adulta com sérios problemas se não forem acompanhadas por especialistas.
Algumas dificuldades básicas frequentemente observadas em crianças com dislexia: leitura lenta, monossilábica, com pouca entonação de voz e com tropeços na leitura de palavras longas. Porém, para um diagnóstico preciso de dislexia é necessária uma avaliação rigorosa, feita por equipe multidisciplinar (fonoaudiólogo, psicopedagogo, psicólogo e neurologista). A dislexia está intrinsicamente ligada ao contexto escolar, exigindo dos profissionais da educação um pouco mais de conhecimento para trabalhar com o estudante que convive com o transtorno.
Entre os sintomas mais comuns da dislexia e possíveis de serem observados na escola, estão: atraso na aquisição da linguagem, dificuldade de alfabetização, dificuldade em aprender o nome das letras, dificuldade para aprender o alfabeto e se lembrar de símbolos, trocas na fala, dificuldades para sequenciar e separar sons e palavras, dificuldade para aprender a ler, escrever e soletrar, dificuldade em aprender palavras novas, dificuldade em nomear, dificuldade na aprendizagem de músicas com rimas, pronúncia incorreta de palavras, dificuldade na habilidade motora fina (preensão do lápis e escrita), dificuldade em copiar do quadro, nível de leitura abaixo do esperado para sua idade, dificuldade para entender enunciados nas provas, dificuldade na elaboração e na compreensão de textos, dificuldade em memorizar tabuadas, figuras geométricas e mapas, leitura vagarosa e com erros, vocabulário pobre para a idade.
É essencial para o diagnóstico que os professores estejam atentos aos sintomas e orientem a família a buscar uma avaliação com profissionais da saúde. Quanto antes a dislexia for identificada, menores serão os prejuízos acadêmicos e sociais a que essa criança estará exposta. Infelizmente, crianças com dislexia, apresentam risco aumentado para baixa autoestima e estigmatização, costumam ouvir rotineiramente que não aprendem ou são preguiçosas.
- 1. Após a explicação do conteúdo do dia, fornecer um resumo ao estudante;
- 2. Usar recursos visuais (vídeos, slides, Datashow, entre outros);
- 3. Evitar falar e escrever ao mesmo tempo;
- 4. Avisar com antecedência quando for indicar leitura de livros ou textos (pode ser pensado em uma forma do livro ser gravado para facilitar o entendimento para este aluno);
- 5. Propor atividades também para fora da sala de aula, como dramatizações, entrevistas, pesquisas, atividades no laboratório, entre outros;
- 6. Oferecer um ledor nas avaliações, para facilitar o entendimento do estudante;
- 7. Estender o tempo das avaliações;
- 8. Adaptar atividades de acordo com a necessidade do aluno.
Vivemos em um contexto de inclusão e para que ela realmente ocorra é importante buscar métodos e recursos para facilitar a aprendizagem de estudantes que apresentam necessidades específicas, como é o caso da dislexia e tantos outros transtornos de aprendizagem.
* A autora é Neuropsicopedagoga e Psicopedagoga Clínica, Pedagoga com Habilitação em Administração Escolar, Especialista em Intervenção ABA no Autismo e Deficiência Intelectual, Professora/Formadora em Educação Inclusiva, além de Coach Pessoal, Profissional e Líder Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching e Analista Comportamental Disc pela Gestor Performance. Possui experiência de mais de 20 anos na área, atuando no âmbito escolar, clínico, empresarial. Contatos: E-mail: crissaraguci@hotmail.com. Instagram: @neuropsicocristianesaraguci. Facebook: @neuropsicocristianesaraguci. Site: www.cristianesaraguci.com.br
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