Quinta, 21 Nov 2024

Os benefícios das Artes Marciais no tratamento de pessoas com TDAH

Cristiane Fernandes Esteves Saraguci*

Há alguns meses atrás escrevi sobre o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) que acomete algumas crianças e adultos. Geralmente, um indivíduo com esse transtorno tende a ser mais ativo e algumas vezes pode até agir de forma destrutiva, se comparado às pessoas sem hiperatividade. É neste ponto que entram as artes marciais ou as lutas, pois elas ajudam a desenvolver autocontrole, disciplina, valores, concentração e confiança.

As crianças com TDAH acabam sendo descritas pelos pais como "falando demais", "não sendo capazes de ficar quietas", "parecendo ter bichos carpinteiros".

Já os professores apresentam-nas como "estando constantemente fora do lugar sem autorização", "respondendo fora da vez", "respondendo fora do tempo", "fazendo barulhos inapropriados", "dispersando facilmente", entre outros.

Isso significa que são crianças desordenadas, descuidadas, que não conseguem prestar atenção ao que se passa na sala de aula, que não conseguem focar na tarefa, dispersam com facilidade, estão sempre se movimentando e apresentam dificuldade de controlar esses comportamentos.

As artes marciais são indicadas como parte do processo de intervenção de crianças com este diagnóstico. O termo Artes Marciais deriva do latim "arte", que significa conjunto de regras para desenvolver bem uma tarefa, e "martiale" referente à guerra, aos militares e guerreiros, ou seja, a arte da guerra.

As lutas, como citado no início do artigo, ajudam a desenvolver muitos aspectos positivos para qualquer pessoa, inclusive pessoas hiperativas, já que as lutas têm toda uma história e cultura de autocontrole, autoconfiança e muita disciplina.

A filosofia das lutas é tornar o indivíduo praticante um ser cada vez mais dominante de suas ações. Sempre que desenvolve o conhecimento da técnica, é necessário também desenvolver o respeito e o caráter.

Alguns autores afirmam que as artes marciais são o segundo esporte com maior taxa de ocorrência no auxílio de crianças hiperativas, isto porque abrange uma organização com regras e uma atitude de "para" e "pensa", e de obediência. Nenhuma técnica é ensinada até a criança aprender a parar, a ouvir e a pensar.

E outro benefício é a interação social, pois crianças com TDAH tendem a ser impulsivas, e quando se sentem frustradas podem gritar ou empurrar outras crianças, chegando até a agredir, na tentativa de conseguirem o que desejam.

Vale um alerta: é importante que a criança não seja obrigada a praticar artes marciais, mas que apenas seja incentivada, para que não perca o gosto pelo esporte.

Concluindo, todos os jogos com regras ajudam o indivíduo hiperativo com o comportamento, e as lutas têm muito disso, sendo portanto uma ajuda chave para o tratamento de pessoas com TDAH.

* A autora é Neuropsicopedagoga e Psicopedagoga Clínica e Institucional, Pedagoga especialista em Administração Escolar, Coach Pessoal, Profissional e Líder Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching e Analista Comportamental Disc pela Gestor Performance. Possui experiência de mais de 20 anos na área, atuando no âmbito escolar e clínico, como também no mundo business como Coach, palestrante e desenvolvendo pessoas. Contatos: E-mail: crissaraguci@hotmail.com; Instagram: @neuropsicocristianesaraguci; Facebook: @conexãodoaprender e Blog: https://conexaodoaprender.home.blog/

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