Aprenda a gerenciar a raiva de seu filho em 6 tempos
Dra. Regiane Glashan*
Quantas vezes eu me senti impotente, enquanto minha filha de cerca de quatro anos, normalmente fofa, gritava, chutava e se debatia no chão da sala porque não iriamos mais ao parquinho. Seus punhos ficavam cerrados e seu corpinho permanecia realmente rígido. Soa familiar?
Essas demonstrações dramáticas e às vezes aterrorizantes de raiva vêm de uma "falta de linguagem", o que significa que bebês e crianças pequenas não podem dizer o que está errado ou o que precisam. E isso significa imaturidade neuropsicoemocional!
Se as coisas são assim, o que eu preciso saber a respeito?
Aceite a raiva do seu filho
Quando seu filho tiver uma explosão de raiva, diga: "Posso ver que você está com raiva". Se você sabe por que eles estão com raiva, você pode acrescentar o motivo: "Eu posso ver que você está com raiva porque você realmente gosta de balançar no balanço, e nós temos que sair do parque". Aceite a raiva deles. Diga-lhes: "Não há problema em ficar com raiva". Você não quer que eles sintam que precisam esconder suas emoções. Toda emoção é válida, mas nem todo comportamento o é.
Incentive-a a usar palavras
As crianças não sabem naturalmente que palavras usar. Você tem que ensiná-los o que dizer. Você pode dizer ao seu filho: "Quando você está com raiva, você precisa usar palavras" ou "Eu realmente quero ouvir o que está incomodando você. Se você usar palavras, eu vou entender melhor e posso ajudar". Você pode dizer: "Quando estiver com raiva, diga: 'Estou com raiva' e eu o ajudarei". Com o tempo, as crianças internalizam sua voz e suas regras. Aos cinco anos, as crianças desenvolvem seu superego, que atua como um sinal interno de parada e as ajuda a controlar os impulsos agressivos.
Encontre uma solução positiva
Por gerações, as birras eram vistas como tentativas de manipulação. Especialistas aconselhavam os pais a deixar as crianças "chorar". Do contrário, eles correriam o risco de estragá-las. Embora, alguns pais possam cair em um padrão negativo de gratificar todos os desejos de uma criança para evitar um colapso, deixar as crianças chorar não ensina uma maneira positiva de lidar com a criança. Na verdade, as crianças precisam de ajuda para sair da raiva. É melhor do que deixá-los afundar nela.
Tente encontrar uma solução - uma fatia de maçã antes do jantar em vez de um sorvete - ou use distrações - "Eu sei que você está chateado porque está chovendo e não podemos ir ao parque". Você pode lançar mão de escolhas: "Você prefere brincar com seus bonecos ou você prefere ler um livrinho junto comigo? Você escolhe!".
Desacelerar
Pare uma birra antes que ela comece não dizendo imediatamente "não" no momento em que uma criança pede algo. Em vez disso, faça uma pausa e diga em voz alta: "Vamos ver!". Isso lhe dá a oportunidade de pensar sobre o pedido e sobre como negá-lo. Também lhe dará um tempo para lançar mão de outras ferramentas, tais como a distração e o redirecionamento. Desacelerar e discutir também permite que seu filho entenda o motivo da recusa e aceite-o de forma mais agradável. Você quer dar ao seu filho a sensação de que você o ouve, se preocupa com seus desejos e pode ser confiável para ajudá-lo a superar as decepções da vida.
Às vezes, uma mudança de local também pode interromper uma birra ou romper um impasse. Você pode dizer: "Vamos ver aquele cachorrinho que você gosta na loja de animais" ou "Vamos à farmácia comprar os grampos de cabelo que você precisa. Continuaremos conversando no caminho".
Encontre um espaço tranquilo
Se você estiver em público, tente se afastar do público. Concentre-se em seu filho e em você, não no julgamento de outras pessoas. Isso alivia qualquer pressão que você possa sentir dos espectadores e permite que você se relacione com seu filho de maneira privada. Quanto menos barulho houver, mais fácil será para você acalmar seu filho. Pegue a mão dele e diga: "Venha sentar no meu colo e vamos conversar sobre isso".
Defina um limite firme
Embora você queira transmitir que está tudo bem se seu filho estiver com raiva, você precisa deixar claro que o comportamento fisicamente agressivo não é aceito ou legal. Se seu filho bate no irmão, você pode dizer: "Não há problema em ficar com raiva. Sua raiva está bem. Mas você não pode bater". Diga a ele: "Nós não batemos nem chutamos ninguém". Você quer direcioná-la para uma maneira positiva de reagir na situação. Explique seu limite: "Bater dói. Não machucamos ninguém". As crianças são mais propensas a cooperar se a razão for plausível.
Espero que vocês possam realmente disciplinar seus filhos com respeito!
* Terapeuta Familiar - Casal - Individual, ênfase na relação mãe-bebê. Especialista-Mestre-Doutora-Pós-Doutora pela UNIFESP, Fellow Universidade Pittsburgh - USA. Site: www.terapeutadebebes.com.br. Instagram: @terapeutadebebes_familia
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